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Como utilizar a tecnologia na educação

Atualizado: 31 de mar. de 2020

O tema tecnologia na educação é algo discutido há bastante tempo, mas que nos últimos anos tem recebido uma atenção bem maior — e necessária —, principalmente por parte dos educadores. O assunto é complicado, visto que, além de influenciar diretamente na educação das próximas gerações, também conflita com a forma como as outras gerações frequentaram a escola. Por conta disso, o embate é quase que certo, mas nem por isso o assunto não possa ser resolvido.


O problema todo começa quando se percebe que, primeiramente, a sociedade como um todo evoluiu muito nos últimos anos — o que por si só já justifica uma atualização do sistema educacional. Além disso, vê-se que as crianças de hoje em dia já nascem com a tecnologia em seu DNA, sendo ilógico deixar de usar esses novos conceitos em sua educação apenas por preconceito. Por último, ainda há o fato de outros países já estarem reinventando todo seu sistema de ensino e, com isso, colhendo ótimos frutos. A pressão é interna e externa, vem por todos os lados.


Mas, afinal, com tantos pontos a se considerar, como pode um país como o Brasil entender qual a melhor forma de atualizar todo o sistema — já precário — de ensino, especialmente com uma mudança que implica em tanto investimento e treinamento do corpo docente?


A sociedade mudou

É inegável que a espécie humana evoluiu, nos últimos anos, mais do que o havia feito em todos os anteriores. Com isso, se torna mais do que natural entender a dificuldade que as pessoas vêm demonstrando para se adaptar a novas rotinas de trabalho, vida social, comunicação e, por que não, educação. Assim, é completamente plausível que a solução não saia em uma conversa de bar, muito menos em um ou dois encontros — independente de quem esteja presente —, já que esta seria uma mudança sem precedentes e com um impacto gigantesco.


Nessa dificuldade de entender as atualizações de suas vidas, muitos ainda se mostram contra os avanços tecnológicos que vêm se apresentando, especialmente aqueles que implicam diretamente em suas vidas e necessitam, inevitavelmente, de um treinamento para poderem ser utilizados. Mas, ainda assim, há uma imensa maioria de pessoas que já se adaptou — e vêm se adaptando — para introduzir essa modernização em suas vidas.


Ninguém mais aluga fitas, ou dvds, ou mesmo blue ray, é bem mais fácil assistir ao Netflix. Ninguém mais houve cds, compra aparelhos de som, ou se delicia com discos de vinil, é muito mais simples acessar o Spotify. Ninguém mais revela suas fotos, ou mantém dezenas de álbuns no armário para, quem sabe, mostrar àquela visita, é preferível armazenar todos os retratos em uma nuvem.


Os alunos mudaram

Com toda a evolução da sociedade, é inevitável que, a cada geração que passe, os alunos se atualizem e cheguem às escolas com mais conhecimento tecnológico que seus antecessores. Isso não diz respeito a adolescentes, de treze anos ou mais, essa é uma situação já perceptível bem antes. Crianças de quatro anos apresentam uma inteligência com esses aparelhos que, muito provavelmente, nem os mais novos professores tenham. E isso é, cada vez mais, normal.


Conforme vão crescendo, o conhecimento dessa geração somente aumenta e, em paralelo, a tecnologia também evolui. Eles se adaptam mais facilmente às mudanças, conseguem entende-las e aplica-las em suas vidas de forma mais simples e rápida. Tudo isso é natural para eles, é uma parte de suas vidas que já nasceu com eles, não foi implantada durante seu crescimento.


Além disso, ainda há toda uma mudança de postura das mais novas gerações, principalmente no que fiz respeito à autoridade do professor. Muitos alunos o enxergam como um auxiliador do processo de aprendizado, afinal o conteúdo já está disponível — seja na internet ou em livros — sendo apenas necessário alguém para mostrar o tal do caminho das pedras.


Essa é uma geração que não foi criada para ouvir e acatar, foi induzida a argumentar, discutir, e protestar quando necessário. Não se abate por uma bronca, além de saber mais sobre seus direitos que qualquer um dos profissionais da escola. Discutir com essa geração é entrar em uma guerra com um adversário que pode até ser mais ser fraco, mas que resiste e continua lutando.


O ensino vai mudar

Com tudo isso em mente, percebe-se que, se a mudança não partir de cima, partirá de baixo, como uma resposta de um cliente a uma empresa que não se permite evoluir. Os pais de hoje em dia já têm uma mentalidade diferente, muitos deles até fazem parte de geração Y, que começou toda essa revolução emocional e psicológica que se vê nos mais novos.


Para entender esse conceito, é preciso somente conversar com um casal em torno de seus 30 anos, e verificar quais seriam as características ideias que uma escola deve ter para que eles se sintam confortáveis. Um diretor com uma mente fechada está cortado, professores sem inteligência emocional idem, provas e testes somente quando necessário, e sistemas de avaliação só se forem feitos para cada um dos alunos de forma individual.


Essa pressão dos pais nada mais é que um pedido de clientes para que os serviços de ensino sejam atualizados, de preferência seguindo conceitos modernos e disruptivos, que tenham sido testados e aprovados em outros mercados e, assim, apresentem a seus filhos uma perspectiva que eles não tiveram, muito mais condizente com as habilidades necessárias para ser, de fato, um adulto responsável.


Aplicando a tecnologia no ensino

Muito do preconceito que se tem com a tecnologia no ensino está, principalmente, no fato de ser algo muito novo e que, de uma forma ou de outra, irá levar tempo, investimento e treinamento para ser implantado. Ainda assim, há diversas maneiras de introduzir esse novo conhecimento às estratégias de educação sem que, necessariamente, haja uma revolução completa dentro do ambiente escolar.


Enquanto muitos focam em comprar lousas digitais, tablets para todos os alunos, ou qualquer outra artimanha — que mais ajuda na publicidade do que efetivamente no processo de ensino —, outros já conseguem se adaptar de forma mais prática. Utilizar os próprios gadgets dos alunos é uma possibilidade, além de disponibilizar os materiais para todos em um sistema online. A grande maioria das faculdades já oferece esse conceito, algo que ajuda muito, principalmente na hora de revisar a matéria.


Com tudo isso em mente, é possível entender que, enquanto a maioria busca revolucionar todo o processo, os mais bem sucedidos apenas adaptam suas demandas às tecnologias disponíveis, apresentando um processo de ensino que mantenha o que já era feito, mas atualizando as ferramentas utilizadas. A evolução não precisa ser tão abrupta assim para ter, de fato, algum efeito.


Mantendo os conceitos

Além de tudo isso, é preciso sempre lembrar que, não necessariamente para haver uma evolução seja necessário jogar tudo o que existe hoje fora. Não faz sentido trocar todos os instrumentos já utilizados por novos simplesmente por conta da atualização, a menos que esta realmente ofereça aos alunos uma nova maneira, mais eficaz, de entender os conceitos passados pelos professores.


O segredo de tudo isso está em unir o melhor de cada era, possibilitando assim que o estudante tenha uma maior quantidade de habilidades que, no futuro, lhe serão úteis de alguma forma. A escrita não deixará de existir e, portanto, não se espera que os cadernos de caligrafia sumam, mas apenas que abram espaço também para conhecimentos necessários nos dias de hoje, como, por exemplo, a digitação.

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Também se faz necessário entender que a grade curricular deve se encaixar com as habilidades esperadas para o futuro e, assim, apresentar mudanças que se adaptem às reais necessidades dos alunos. Empreendedorismo, controle financeiro, entre tantos outros conhecimentos básicos que um aluno deve ter passam longe da escola, enquanto fórmulas utilizadas apenas uma vez são estritamente necessárias para entrar em uma faculdade.


A tecnologia como aliada

O grande ponto de toda essa discussão está exatamente no entendimento que, ao contrário do que muitos fazem crer, a tecnologia no ensino não é uma inimiga, mas sim um auxiliador para todo o corpo docente. Sua função é ajudar o professor a passar o conteúdo, beneficiar a rotina do diretor e, obviamente, fazer com que o processo de aprendizado do aluno seja mais eficaz.


Outro ponto é que, ao tentar se relacionar com essa nova geração, criada por celulares e tablets, se não houver um conhecimento tecnológico por parte dos educadores, a relação simplesmente não irá existir. A conversa entre as partes será como um russo tentando falar com um brasileiro, em que nenhum dos dois entende o que o outro fala.


O processo disruptivo do setor educacional já começou e, a este ponto, não apresenta mais a possibilidade de paradas. Aos que quiserem acompanha-lo, o mercado é grande, o aprendizado maior ainda, e o desafio gigante. Aos que não quiserem, os problemas crescem e o mercado cai a cada ano que passa. Não existe mais a possibilidade de aplicação ou não da tecnologia no ensino, mas sim o grau de empenho que se terá ao aplica-la da maneira mais correta possível.

 

A área da Educação está evoluindo de forma muito rápida e, assim, seus profissionais precisam acompanhar essa evolução e se manter o mais atualizados possível. Pensando nisso, pela terceira vez ocorrerá o Congresso Brasileiro de Tendências e Inovação na Educação, que terá como tema este ano “Últimas Descobertas na Educação e seus Impactos na década 20-30”.


O evento ocorrerá no dia 14 de setembro, em Paulínia/SP, e contará com a presença de diversos nomes da área, discutindo sobre o que será necessário para que a área de educação evolua nesta década. Para saber mais sobre os palestrantes e realizar sua inscrição, acesse o site do III Congresso.

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