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Habilidades e competências do advogado do futuro

Atualizado: 31 de mar. de 2020

Com tantas mudanças ocorrendo no mundo, é de se esperar que as habilidades e competências necessárias para exercer cada profissão também mudem, se atualizando aos novos padrões exigidos pelos clientes. Todos os profissionais estão tendo que se acostumar com essa nova tendência, e não seria diferente com os advogados, que passam tanto tempo justamente interagindo com essas transformações socioculturais.


Porém, pensando no assunto, engana-se quem imagina que para se encaixar nesse novo perfil seja necessário, somente, saber utilizar um computador e / ou celular. Embora este seja sim um fator chave, as competências exigidas pelo mercado são muito mais dedicadas à sociedade do que às ferramentas, sendo de extrema importância que os novos advogados consigam se comunicar com todos os públicos e expressar seus pensamentos de forma correta.


Ainda assim, é claro que, em um mundo automatizado e tecnológico como o atual, conseguir utilizar bem as ferramentas adequadas é excelente para qualquer profissional, ainda mais em um ramo que se utiliza tantos dados como no Direito. Mais importante do que saber utilizar, entretanto, é ser capaz de tirar o máximo proveito de tais aplicativos, representando assim uma maior eficiência e aproveitamento dos investimentos feitos.


Com tudo isso em mente, seguem abaixo cinco das habilidades e competências que qualquer advogado deverá possuir na próxima década para, assim, se manter atualizado e prestativo em sua função.


1. Conhecimento Tecnológico

Como dito acima, embora não seja a principal habilidade esperada, o conhecimento tecnológico se tornou uma obrigatoriedade nos últimos anos, tornando os profissionais que não o tem quase obsoletos. A situação é justificável, especialmente quando se entende que até os órgãos jurídicos já utilizam da tecnologia, sendo necessário um conhecimento básico para, pelo menos, se conseguir continuar a exercer a função de advogado.


Os escritórios trabalham com servidores, os arquivos estão na nuvem e é preciso utilizar de sua assinatura virtual para acessá-los. Se algum dos termos citados não fez sentido, pode ser sinal que você precisa de uma atualização, visto que estas são frases que se ouve de forma constante no espaço de qualquer empresa. Sendo estas seus clientes, se mostra imprescindível que haja o mínimo de conhecimento para que possa ocorrer uma comunicação com o contratante.


Além desses fatores, há ainda um — tão importante quanto — que deve ser considerado: o contexto dos processos da atualidade. Em uma sociedade com tantos ciberataques e crimes online, o mínimo que se espera de um advogado é que ele consiga entender o acontecido e, assim, possa tomar as decisões de acordo com a lei. Independente de sua profissão, para se viver nos dias de hoje é preciso ter conhecimento tecnológico.


2. Análise de Dados

De nada adianta possuir todo o conhecimento do mundo se não souber aplica-lo em seu cotidiano, e é nesse ponto que entra a análise de dados. Como se sabe, o grande ouro dessa era é a informação, que existe aos montes e ao acesso de todos, sendo necessário apenas procurar para acha-la. Logo, um advogado que não saiba onde encontrar dados já se mostra bastante atrás de seus concorrentes.


Mesmo que se saiba encontrar as informações, ainda é preciso extrair delas o máximo possível e, em seguida, transforma-las em ações. Sendo assim, qualquer profissional do ramo jurídico deverá, sem dúvidas, ser capaz de analisar conjuntos de dados e definir caminhos a partir deles, sendo essa apenas mais uma das utilizações do conhecimento tecnológico citado acima.


Além disso, esse é um fator importante para diferenciar o trabalho do ser humano do das máquinas, visto que diversos sistemas foram criados para se encontrar tais informações, sendo necessário então alguém para decifra-las e transforma-las em algo útil. Sendo assim, empresas buscam profissionais que saibam não somente lidar, mas também melhorar dados para que se tornem, rapidamente, em informações.


3. Inteligência Emocional

Uma das habilidades mais está em destaque nos últimos anos, a inteligência emocional se resume em, basicamente, ter a capacidade de reconhecer seus próprios sentimentos, assim como o dos outros, a fim de lidar com eles da maneira mais sensata possível, evitando conflitos internos e externos. Com essa técnica também se torna mais fácil tomar decisões, algo de muita importância no ramo jurídico.


Com essa competência, se faz possível balancear o lado emocional e o lado racional do cérebro, potencializando os pensamentos positivos e neutralizando os negativos, o que faz com haja menos comportamentos destrutivos. Sem estes, qualquer tomada de decisão se tornará mais fácil, certeira e, principalmente, consciente, de maneira que será possível verificar benefícios tanto na vida profissional quanto na pessoal.


Em uma área com tanto embate e discussões como é a do Direito, esta é uma habilidade que já deveria ter sido implantada, mas que apenas agora começa a aparecer com força. Assim, se espera dos advogados da próxima década que consigam distinguir melhor em quais situações devem se comportar de determinada maneira, sempre pensando no benefício do cliente e na correta aplicação da lei.


4. Comunicação

Um dos grandes empecilhos na comunicação entre advogado e cliente está, justamente, na forma como os profissionais passam a mensagem, sempre se utilizando de uma linguagem mais rebuscada e que, na maioria das vezes, não faz sentido nenhum a quem ouve. Dessa forma, uma das competências que deverá ser encarada pelos advogados da próxima década será, sem dúvidas, a de se comunicar melhor com quem o contrata.


Além de atrapalhar o processo como um todo — visto que essa falha no diálogo acaba por tornar toda a discussão mais demorada — esse é um fator que também pode causar diversos problemas, já que o ouvinte pode concordar, ainda que sem entender, de maneira clara, tudo o que o advogado está falando. Esse é um risco muito grande a se correr, além de ser facilmente solucionável.


Como qualquer outra profissão que lide com pessoas, os profissionais do Direito devem entender que seu trabalho só será bem feito se trouxer benefícios ao cliente, algo que fica cada vez mais difícil com essa falha na comunicação. Além disso, esse é um fator que acaba por afastar o advogado de sua principal fonte de dados e informações, o que pode influir diretamente na forma como o processo é levado.


5. Colaboração

Novamente chegamos a uma habilidade que se aplica a diversas profissões e, assim, será muito cobrada nos próximos anos, principalmente por seus efeitos dentro do ambiente de trabalho. Já se foi o tempo em que cada um trabalhava em seus projetos, de forma autônoma, e as empresas encorajavam isso, visto que diversos estudos já comprovam que a colaboração entre funcionários traz inúmeros benefícios como, por exemplo, o aumenta do lucro.


Ainda assim, toda essa mudança de perspectiva não se dá somente por valores, mas também por uma melhora considerável no clima organizacional, já que as pessoas se sentem menos pressionadas, aprendem mais umas com as outras e podem demonstrar suas habilidades em vários projetos ao mesmo tempo. Dessa forma, entende-se que essa é uma daquelas situações em que ambos os lados se beneficiam.


Exemplos de empresas com essa característica são muitos, mas para encontrar um fácil é só olhar para as startups de tecnologia, que praticamente massificaram esse tipo de comportamento. Não somente elas encorajam as pessoas a colaborarem, mas também se mostram contrárias ao trabalho solo, inclusive tornando todos os projetos da companhia públicos aos funcionários, os possibilitando a ajudar a qualquer momento.


As novas habilidades e competências jurídicas

Embora por muito tempo se tenha diferenciado as profissões por área de atuação, hoje em dia há um senso comum de que algumas habilidades e competências são aplicáveis a qualquer mercado e, portanto, devem estar presentes em todos os profissionais. Pense bem, as cinco citadas neste texto podem ser utilizadas por um advogado, mas também por um médico, um publicitário ou um arquiteto.


Sendo assim, ao mesmo tempo em que se busca por funcionários especializados em determinadas áreas, também se espera que todos os candidatos apresentem, ao menos, essas características como um básico, ficando assim apenas o conhecimento técnico e a experiência como forma de distingui-los entre si.


Talvez hoje seja difícil visualizar essa situação, porém ela será constante nos próximos anos. Além disso, tais habilidades e competências serão, com certeza, diferenciais competitivos em qualquer processo seletivo que se entre, visto que hoje as empresas buscam não apenas os melhores, mas sim aqueles que consigam também conviver com os outros de forma harmônica e saudável.

 

Como você pôde perceber, todos os profissionais da área jurídica — desde advogados a desembargadores e juízes — precisam estar constantemente atualizados para exercer suas profissões da melhor forma possível. Pensando nisso, pela terceira vez ocorrerá o CMD, a Conferência Magna de Direito, que discutirá nesta edição “O futuro do Direito na década 20-30”.


O evento ocorrerá no dia 13 de setembro, em Paulínia/SP, e contará com a presença de diversos nomes da área, como o Ministro do Superior Tribunal Federal, Dr. Luiz Fux, e o presidente da OAB-SP, DR. Caio Augusto Silva dos Santos. Para saber mais sobre os demais palestrantes e realizar sua inscrição, acesse o site do III CMD.

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